30 de janeiro de 2014

Coisas sobre cesareana que ninguém te conta - mas eu sim!

Mais de quatro anos se passaram e fico me lembrando de tudo, até porque ainda tem coisas acontecendo em mim. Cesárea, cesareana, cesariana eletiva...
Eu tive medo da dor do parto, mas não tinha idéia de que meu filho poderia nascer prematuro, ou que ia sentir dor com a sonda, a anestesia, os pontos depois...Não digo que me arrependo porque foi o que eu escolhi na época, e procuro não me arrepender das minhas escolhas mesmo que elas não tenham sido as melhores e mais corretas. Mas tiro lições sobre o ocorrido e procuro aplicar esse conhecimento depois.
Enfim...
Sou mãe, mas nunca senti contrações. Isso é bom? Ruim? Frustrante talvez.
Pietro nasceu com 36 semanas e 5 dias, ou seja, até 37 semanas o bebê é considerado prematuro. O que o salvou de ter que ficar na UTI neonatal foi o peso que estava consideravelmente bom. (ufa número 1!)
Cheguei no hospital sem contrações, sem dores nem nada e me internei. Depois deitei numa maca fria, uma sala pequena e tomei a anestesia nas costas. A pior injeção que já tomei na vida! Assim que o anestesista começou a aplicá-la, comecei a sentir minhas pernas formigarem e me mandaram deitar imediatamente. Apesar de algumas mulheres me contarem que sentiram puxões, beliscões e sei lá mais o que, não senti NADA. (ufa número 2!)
MAS... Não sei o que aconteceu na hora em que a enfermeira foi colocar a sonda, porque mesmo anestesiada eu senti uma ardência na bexiga, e fiquei com essa sensação mesmo depois que tiraram a sonda. Ardia muito pra urinar, como se estivesse com infecção urinária... Depois de uns dias passou.
Tiraram o Pietro de mim, fizeram os procedimentos e deram os pontos. Minha preocupação era ouvir ele chorando, pra ter certeza de que estava bem. (ufa número 3!)
Fomos pra sala de pós-cirúrgico e o Pietro ficou chupando a mãozinha feito desesperado, ao meu lado, no bercinho. Queria amamentá-lo mas a enfermeira disse que minha anestesia teria que passar primeiro, ou que pelo menos eu conseguisse mexer os pés. A sensação deve ser a mesma de uma pessoa paraplégica, terrível! Depois de 40 minutos consegui mexer os dedos do pé, então pedi pra me ajudarem a amamentar e o Pietro e a pega dele foi perfeita, já saiu sugando (UFÃO número 4!)
As enfermeiras apertavam meu peito e saía (o que para elas era )muito pouco colostro, então começaram a querer dar suplemento pro Pietro, pois além disso a cada medida de glicemia ela baixava mais. Quase morri, porque queria amamentá-lo, foi então que uma das enfermeiras me deu a dica preciosa de colocá-lo no peito, sugando, e só deixar as outras enfermeiras medirem a glicemia assim que ele tivesse mamado. E deu certo! A glicemia foi subindo, até normalizar.
Muito provávelmente se aquela moça não tivesse me dado a dica, eu teria acreditado que meu colostro não estava sustentando meu filho, e que seria melhor que ele tomasse complemento de leite artificial. Resultado? Meu organismo pararia de produzir colostro, o leite materno não desceria, e adeus amamentação (ufa número... Perdi as contas depois dessa!). A partir daí entrei em grupos como o GVA e passei a me informar sobre aleitamento materno e atuar como divulgadora dessas informações através do meu blog.
Bem, em relação aos pontos da cesareana, a cicatrização foi relativamente rápida. Em uma semana já estava caminhando bem e fazendo minhas coisas (que se resumiam em comer, beber muita água e ficar com o Pietro no colo com intervalo para um banho rs). Quase não dá pra ver a cicatriz que ficou, mas ali não crescem mais pêlos haha. A região em torno ficou super sensível, sinto como se fossem cócegas até agora, 4 anos depois. Meu organismo também ficou menos tolerante a gases, então de certa forma tem me ajudado a tomar menos refrigerante. Porém se tomo muito, tenho a sensação de que vou rasgar no meio. Sério, não é exagero. Às veses sinto umas pontadas, principalmente quando o clima muda.
Não adianta passar por uma cesárea ou qualquer via de parto, esperando que vai voltar a ser tudo como antes. Na verdade, nada mais é: nem o corpo e nem a mente. E a dor pode ser algo extremamente relativo, tudo precisa ser avaliado e levado em consideração.
Não sou como era ontem, nem serei a mesma em uma década. Mas sou feliz por ser eu mesma, e por ter me tornado mãe. Mãe do Pietro, meu mamífero vegetariano

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