19 de novembro de 2014

Aleitamento materno e Veganismo: Fazendo a conexão

Não é novidade que tenho envolvimento com a causa animal há alguns anos, através de um grupo de divulgação de direitos animais aqui na minha cidade. Também não é novidade que procuro compartilhar no blog e na page do facebook o máximo de informações sobre apoio e incentivo ao Aleitamento materno.
Essas são duas causas muito importantes e atuais, e muitas vezes fica difícil pra algumas pessoas entenderem a relação entre elas.
Vou explicar alguns pontos bem resumidamente, e colocar links para maiores referências.
Minha vontade de escrever esse texto surgiu há algum tempo, principalmente depois de notar que mesmo em grupos sobre maternidade vegana o aleitamento materno ainda é pouco promovido. As pessoas preferem sugerir introdução alimentar precoce e/ou marcas de fórmulas que não testam em animais, do que incentivar a amamentação; que é natural e de graça.
Hoje em dia cada vez mais temos comprovações científicas sobre a importância do leite materno na vida das crianças e das mães. Sabe-se que além de nutrir, ele também fornece conforto e segurança para que bebês cresçam fortes, saudáveis e felizes. Nas mulheres, ajuda a prevenir câncer de mama e várias outras doenças.

Se é natural, por quê muitas mulheres não conseguem amamentar?
A mesma modernidade que nos traz evidências científicas e a facilidade na troca de informações, também é responsável por "sufocar" alguns instintos naturais do ser humano. Parir e amamentar  acabaram se tornando etapas automatizadas. A cesariana, as intervenções no parto, o uso de chupetas e mamadeiras vieram a ser regras e não exceções, fazendo com que muitas mulheres desacreditassem do poder natural que têm.
Além disso e não menos grave está a opressão que a sociedade patriarcal exerce sobre as mulheres para que se sintam fracas e submissas, precisando dessas intervenções para terem sucesso. E se não fosse o bastante, ainda são incentivadas a uma "competição" para ver quem se sai melhor na maternidade. Desunião = enfraquecimento.
Junto a esse cenário deve-se somar o interesse das grandes indústrias em vender seus produtos (o leite artificial, por exemplo), mantendo assim sua soberania e lucros financeiros.
Ou seja, para conseguir amamentar hoje em dia é preciso 1)Confiar em si mesma, 2)Paciência e Insistência, apesar das dificuldades 3)Não se deixar levar por recomendações suspeitas, mesmo de profi$$ionais.
Tudo isso, pra uma mãe de primeira viagem que não tem apoio de familiares fica difícil; mas não é impossível.
Ver: Problemas comuns na lactação e seu manejo (GVA)

Grandes indústrias leiteiras e a exploração humana e não-humana
Vacas, asism como toda mãe-mamífera por natureza, produzem leite depois de terem filhotes.
Mulheres, assim como toda mãe mamífera por natureza, produzem leite também depois de terem filhos.
Só que no caso das vacas (também cabras, etc) pra isso acontecer o ano todo, elas precisam ser inseminadas contínuamente. Têm seus filhotes (bezerros) arrancados delas assim que nascem e são ordenhadas por máquinas. Esses filhotes têm alguns destinos e nenhum deles é uma vida feliz. Geralmente ficam confinados em jaulas apertadíssimas para depois serem mortos e vendidos como baby beef, ou serem abatidos quando adultos.
Imagem: CamiVegs

É assim que funciona a indústria leiteira. É daí que vem o leite que as pessoas consomem todos os dias, acreditando que faz bem mesmo depois de crescidas.
Uma fêmea só produz leite quando tem filhotes, ou seja, o leite de vaca (animal) é produzido por um organismo que está "em luto" pois teve seu filhote arrancado de perto.
Se o bezerro mamar, não sobra o leite pra vender para o consumo humano.

Ver:
Os órfãos do leite (Vista-se)
Galactolatria: mau deleite

A exploração humana se dá pelo fato dessas mesmas indústrias fazerem de tudo para convencerem as pessoas de que o leite animal é necessário para a saúde humana.
Assim elas mantêm seus lucros, e vão inserindo leite animal em inúmeros produtos alimentícios.
Em contrapartida, muitos cientistas e profissionais de saúde começaram a encontrar fortes evidências de que esse leite animal não faz bem pra saúde humana, principalmente depois de crescidos.
Você já viu algum animal adulto, na natureza, mamando? Parece que só o ser humano preserva esse hábito.
Ver: Dr. Lair Ribeiro - O mito do leite(e derivados)- Por quê estamos sendo enganados

E então criaram os substitutos para o leite materno: as fórmulas infantis, ou leites artificiais.
Um verdadeiro "milagre" da indústria "boazinha" para quem não conseguiu amamentar.
Fórmulas são compostos feitos a partir do leite de vaca para se assemelharem o máximo possível ao leite humano. Só que difícilmente se divulgam os riscos que existem quando bebês são alimentados por fórmulas e leites artificiais. A própria alergia ao leite de vaca é um desses riscos.

Ver: - STERKEN, E. Riscos de se alimentar um bebê com fórmulas – Uma bibliografia resumida, com notas e comentários. IBFAN Brasil: maio 2006.


Mas e os profissionais de saúde, os pediatras?
Existem bons e maus profissionais em todas as áreas. Existem aqueles que realmente são comprometidos com a saúde de seus pacientes (e faço questão de falar deles aqui no blog), mas também existem aqueles que preferem empurrar produtos dos patrocinadores de congressos e da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Todo profissional (de qualquer área) precisa se manter atualizado, e a pediatria tem avançado muito. Infelizmente nem todos fazem questão de estarem atualizados para atenderem melhor seus pacientes, e então ficam reproduzindo recomendações da "época da carochinha", quando até em grupos de redes sociais é possível encontrar essas informações mais atuais baseadas em evidências científicas.
Senso crítico e instinto maternal têm que falar mais alto.
Ver: A promiscuidade entre indústria e medicina: o exemplo da Nestlé e da Pediatria no Brasil
Imagem: Facebook

E as marcas que testam em animais?
Óbviamente, uma mãe ou pai, por mais adepto ao Veganismo que seja, jamais vai deixar um filho doente. Comprovada a necessidade, infelizmente ainda precisamos fazer uso de medicações e produtos testados em animais, mesmo que evitados ao máximo.
Em contrapartida, existem movimentos divulgando informações e pressionando empresas e órgãos de saúde para investimento em pesquisas sem torturas. Eu particularmente acredito que a ciência do futuro vai conseguir desenvolver e ser eficiente conciliando seus avanços com a ética.
Enquanto isso, procuramos evitar ao máximo consumir produtos de empresas que utilizam testes em animais. Algumas delas são fabricantes de fórmulas infantis:

Ver: ONG denuncia empresas que torturam animais em pesquisas

Espero humildemente que esse texto seja lido e interpretado como uma pequena compilação de informações que ligam a causa animal com a humana, e que mais pessoas pensem a respeito.
Que toda mãe seja acolhida pela sociedade e pela família, para que ela tenha sucesso na amamentação e se sinta feliz por poder viver essa fase tão única. E que outras mães mamíferas, não-humanas sejam respeitadas. Sim, eu sonho com esse futuro e tento procurar de alguma forma contribuir pra que ele chegue logo.
Fonte: Internet





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